28 de maio de 2009

Casshern

Caiu do céu este "Casshern", filme do género fantástico do realizador Kazuaki Kiriya, Casshern é provavelmente o filme que transpôs melhor a anime japonesa

É difícil definir Casshern em termos de género, a primeira vista parece um Matrix meets Mutant Chronicles. O realizador soube o que fazia. Filmagens dinâmicas, adaptadas a cada situação e um acompanhamento musical muito a base de ópera contemporânea remixada, não metem o filme por terra mas também não fazem dele uma obra-prima. Apresenta uma fotografia espectacular, uma história incomum e personagens estranhamente bem delineadas. Casshern pode não ser uma delícia para os olhos de alguns espectadores, mas tenho de afirmar que este filme causou-me alguma empatia principalmente pela montagem e pela belíssima fotografia.

Os actores presentes destacam-se razoavelmente bem. Cada um na sua personagem e cada um com a sua história para contar, infelizmente e a meu ver houve certas personagens que independentemente de ser um filme fantástico seriam merecedoras de uma maior credibilidade, algo que o realizador se acabou por esquecer, é certo que as animes japonesas tem tendência para engrossar não só os poderes das personagens como também a sua personalidade, o que acontece em Casshern é que certas personagens seguiram tão em linha as personalidades da anime original que por pouco não meteram a credibilidade do filme em causa, possivelmente tornando-o obsoleto ou quem sabe estúpido.

O argumento é incomum, baseado é certo numa anime japonesa, onde a originalidade pode assumir horizontes mais amplos do que filmes ditos "reais", Casshern saca neste campo uma nota extremamente positiva. a adaptação da anime para filme não foi obstáculo para os efeitos especiais presentes, o argumento mantém toda a sua consistência como na anime e até por vezes a inclui em certos trechos do filme.

Vale o bilhete (é um banquete visualmente extraordinário)

27 de maio de 2009

Star Trek

Ano: 2009

Realização: J.J. Abrams

Argumento: Roberto Orci, Alex Kurtzman


Apesar de gostar bastante de ficção científica, devo admitir que nunca fui um Trekkie (leia-se fanático de “Star Trek - Caminho das Estrelas”). Quando era pequeno, achava mesmo um pouco chato (sobretudo em comparação com a saga de “Star Wars”) e só mais tarde, devido a repetições na TV, apanhei alguns episódios da série original e achei mais piada. Quanto aos filmes é a mesma coisa: dos 10 (!!!) filmes que existem, só vi 3 e meio (adormeci a meio de um deles…). O facto é que, com respeito por quem gosta da série, não acho tão apelante quanto outras séries do género, como “Star Wars”, “Firefly” ou “Battlestar Galactica”. Igualmente, quando foi anunciado que J.J. Abrams iria realizar o novo filme da série, fiquei um pouco intrigado, mas indiferente. De todos os seus trabalhos, o único que adoro é a série “Lost”, possivelmente onde ele esteve menos envolvido (ironicamente, é também o mais popular).

Abrams então anuncia que, à semelhança do que se fez com “Batman Begins” e “Casino Royale”, quer começar a franchise do ponto zero. Aqui, a óptima decisão da equipa criativa de apresentar este como o filme de origem da tripulação da Enterprise é o ponto vencedor, pois no final o filme resulta por ser uma fonte de entretenimento acessível a qualquer um, mesmo a quem nunca viu nada de Star Trek (se bem que é difícil, tendo em conta a quantidade de séries de TV, filmes, livros, etc que andam por aí..).

O filme, porém, não aliena a legião de fãs existente, pois encontra-se recheado de pequenos momentos que prestam homenagem a características das séries e filmes anteriores. Eu reconheci pelo menos três (o do redshirt ganha destaque…), mas já me apontaram muitos mais entretanto. Qualquer outro filme tentaria forçar uma tal homenagem no meio do filme, mas em “Star Trek” parece tudo bastante fluente. Não há nenhum momento em que o filme pare para mandar uma piscadela de olho aos fãs da série.

De facto, é raro o filme parar de todo. Apesar de ter duas horas de duração, passa a voar. A realização de Abrams deixa no ar um tom algo frenético (no bom sentido), com um timing nunca aborrecido, em que quando não há acção, sempre há um ou outro momento de sensibilidade ou bom humor. Alia-se a isto visuais espantosos, alguns deles fortemente inspirados em “Star Wars” (não há surpresa, visto que a Industrial Light and Magic é um das empresas responsáveis pelos efeitos), o que faz sentido, pois Abrams afirma ser grande fã da saga de George Lucas e teve como objectivo injectar um pouco do divertimento e emoção dessa série no universo de Star Trek.

De facto, a franchise mostra-se aqui de cara lavada, com muito mais acção, adrenalina e humor, em comparação com as séries e filmes anteriores. O que carrega o novo “Star Trek”, no entanto, não são os efeitos e sim o vasto elenco de personagens, já clássicas, que se mostram aqui sob uma nova luz, de modo a que dinâmicas antigas tornam-se empolgantes e cativam o público em geral e não só um grupo restrito. É um filme mais centrado nos personagens e não tanto na ficção científica, em que cada um dos elementos da tripulação é escrito com o maior cuidado, tendo respectivamente o seu tempo de destaque. Tal feito deve-se a um grupo de actores muito bem escolhido, em que cada um consegue prestar homenagem aos personagens da série.

Chris Pine é a surpresa, pois era difícil suceder à interpretação do Capitão Kirk de William Shatner (actor este com um método muito próprio, mas inconfundível, mesmo em tempos recentes, onde brilhou na série “Boston Legal” como Denny Crane), mas Pine, um actor relativamente desconhecido, assim o conseguiu, tendo conseguido captar a essência da personagem de Kirk (a sua bravura, arrogância e cinismo) e interpretá-lo à sua maneira, não imitando os maneirismos de Shatner (onde podia correr o risco de se tornar uma paródia). De se notar que esta nova versão de Kirk difere um pouco da personagem apresentada na série e filmes anteriores, por ter um pouco mais de rebeldia, mas tal diferença é apontada e mesmo explicada no filme, tornando-a mais apelativa.

Zachary Quinto como Spock pareceu-me um pouco estranho no início (talvez de estar habituado a vê-lo na série “Heroes”), mas mais tarde, prova ser sucessor digno de Leonard Nimoy (que também entra no filme, o que realmente ajuda a comparar os dois actores). O mesmo acontece a Anton Yelchin como Chekov, cujo sotaque irrita brevemente quando aparece no ecrã pela primeira vez. Quem não se escapa dessa estranheza é John Cho, se bem que talvez por sempre o ver em papéis de comédia (“Harold and Kumar”, “American Pie”), destacando-se, porém, numa cena de acção muito bem efectuada. Simon Pegg merecia muito mais tempo em frente à câmara, pelo excelente tom comédico que conferiu ao filme. Zoe Saldana está muito bem como Uhura, sendo possivelmente a primeira vez que vejo a personagem a ter tanto protagonismo.

Mas o destaque pessoal vai para Karl Urban como Dr. ‘Bones’ McCoy. O actor surpreendentemente interpreta o papel na perfeição, roubando cada cena em que aparece (bastante estranho, visto ser um personagem secundário).

Claro que nem tudo é perfeito no filme. O antagonista Nero (interpretado por Eric Bana, um óptimo actor aqui muito mal aproveitado) deixa muito a desejar como personagem, tornando-se uma desculpa para inserir frases genéricas de vilão. O argumento tem também algumas falhas, mas que tentam passar despercebidas no meio da acção e dos efeitos. Isso é notório sobretudo a meio do filme, numa cena algo parada, que a história é movida em frente por coincidências e acasos que roçam o ridículo em termos de credibilidade (bem sei que, sendo este é um filme de ficção científica, tal argumento possa parecer ironicamente descabido, mas é a minha opinião).

Apesar das falhas, “Star Trek” é um filme bem conseguido, bastante divertido, com um visual estupendo e um elenco cativante que vale a pena ver. Um exemplo do melhor que se pode fazer de um blockbuster de verão, recomendável a todos, mesmo a quem não gosta de filmes de naves espaciais, da mesma maneira que recomenda-se o primeiro “Piratas das Caraíbas” mesmo a quem não goste de filmes de piratas ou de fantasia.

22 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine


Ano: 2009


Realização: Gavin Hood


Argumento: David Benioff, Skip Woods

Associando-se à moda presente de prequelas e origens, a Marvel decide levar ao grande ecrã as crónicas do passado de alguns dos personagens mais marcantes da série “X-Men”. Óbvio que a primeiro filme centra-se em Wolverine, sem dúvida o personagem mais popular da série. Hugh Jackman regressa ao papel do mutante Logan num filme que revela os mistérios do seu passado: a sua família, o seu esqueleto indestrutível e, por fim, a sua perda de memória que tanto o tormenta nos filmes da trilogia original. O actor revela-se em grande forma, sentindo-se confortável na pele do personagem. Não há surpresa aí, visto que Jackman sempre admitiu grande afecto pela personagem de Wolverine, que lançou a sua carreira

Como de costume, a história do filme não segue fielmente a BD (contam-se pelos dedos de uma mão os casos em que tal acontece), embora pegue em diversos elementos de várias histórias diferentes que se centravam no passado de Wolverine, das quais se destacam “Origem” e “Arma X”. Mas apesar de Wolverine ser o personagem central do filme, não é o único mutante oriundo da BD presente no filme. De facto, os argumentistas (claramente fãs da BD) decidiram aproveitar este novo filme para apresentar ou desenvolver personagens que não tiveram tempo ou oportunidade de brilhar nos filmes anteriores.

O caso mais flagrante é Gambit, personagem que muitos fãs pediram que aparecesse nos filmes anteriores e que tem agora a oportunidade de aparecer no grande ecrã, interpretado por Taylor Kitsch (actor conhecido por entrar na série “Sextas sob Pressão”), que, com uma interpretação subtil mas correcta, faz um trabalho decente que não desilude os fãs da personagem. Pena é realmente não aparecer muito (é o que dá ser relegado para o plano secundário), mas o filme também não se centra nele e sim em Wolverine e no seu arqui-inimigo.

E eis então que falo talvez da maior surpresa do filme: Sabretooth (personagem muito mal aproveitado no primeiro filme de “X-Men”, onde foi interpretado pelo wrestler Tyler Mane). Liev Schreiber interpreta na perfeição um dos maiores vilões da Marvel com uma naturalidade que impressiona e revela-se como um perfeito antagonista para Jackman. Espero que, se a Marvel decidir continuar a fazer prequelas dos X-Men, faça uma do Sabretooth, com Schreiber no papel principal.

Além destes, bastantes mais personagem do universo dos X-Men estreiam-se no grande ecrã (Blob e Deadpool, sendo este último talvez uma das grandes desilusões para mim) enquanto outros regressam (William Stryker, o vilão de X2, Scott “Ciclope” Summers e outros que não quero referir para também não estragar o filme a ninguém) e há mesmo personagens propositadamente criados para o filme (mas que não roubam muito tempo do filme).


"X-Men Origens Wolverine" gerou grande controvérsia por ter aparecido na internet, um mês antes de estrear nas salas de cinema, uma cópia do filme com efeitos especiais inacabados. Depois de ver o filme no cinema, tenho apenas a dizer que estou surpreendido, pois se bem que há cenas em que os efeitos CGI estão bem feitos, há outras absolutamente horríveis, em que os efeitos estão claramente inacabados (mais parecem tiradas de um jogo de Sega Saturn). Realmente não sei o que falhou, pois nos filmes anteriores, os efeitos especiais sempre foram de grande qualidade.

Infelizmente, é igualmente notório o desconforto que o realizador Gavin Hood (que ganhou fama por a sua primeira longa-metragem, "Tsotsi", ter ganho o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2005) tem ao realizar cenas de acção. Há cenas que dolorosamente se nota que o realizador precisa de mais experiência nesse campo e não foi a melhor escolha para realizar o filme.

Por último, talvez o ponto mais crucial: o argumento. Apesar de ser fã das BDs, não acho justo estar a lamentar alterações que por vezes os escritores (ou o realizador) achem necessárias para a versão cinemática. Aceito as diferenças e por vezes até concordo. Exemplo claro disto foi mesmo o primeiro X-Men, que quando saiu, apesar de diferir bastante da BD (tendo um tom mais de ficção científica do que super-heróis), era um bom filme.

Porém neste filme, os argumentistas arriscam muito, na medida em que colocam personagens num tempo diferente ou mesmo as alteram significativamente. Também há algumas falhas no argumento, um pouco por culpa do final aberto do filme. Mas há uma falha indesculpável, nomeadamente no que toca à explicação da razão porque Logan perde a memória. É triste e claramente descabida (ou melhor, “enfiada à última da hora”) a solução que dão a esse mistério, que sem dúvida deixará todos, conheçam a história original da BD ou não, a afirmá-la como “ridícula”.

Valerá a pena ver? Se são fãs dos filmes anteriores ou do papel de Jackman neles, sim, sem dúvida. Não é o melhor filme da saga X-Men (tal lugar pertence ao "X-Men 2") mas também não é o pior. Peca um pouco pelas pequenas falhas (tanto no argumento como nos efeitos especiais), mas já vi a Marvel ligar-se a filmes bastante piores.

21 de maio de 2009

The Children

poster_thechildren Vi recentemente The Children, realizado por Tom Shankland, o que mais gostei neste filme foi um género terror muito próprio advindo do realizador. No entanto The Children propõe algo que ainda é muito difícil que alcançar, um novo género de terror.O terror que tem como fonte principal as crianças, já não é sopa nova, mas ainda entretêm em termos de terror, contudo entendo que o ambiente criado pelo realizador e ao qual o argumento faz referência não é o mais indicado para o tipo de filme em questão.

Tom Shankland apostou num terror intuitivo mas novamente apetrechado de clichés, o que não ajudou na realização, o cenário inóspito e deserto continua a ser o palco para vários filmes de terror e the children não escapou à maioria. A realização é razoável com muito poucas surpresas e a direcção dos actores também, embora também reconheça que não seja fácil dirigir crianças em tenra idade. clichés como o adolescente cheio de problemas e o pai lúdico estão presentes mas a profundidade é algo que escapa ao filme. Os olhos das crianças têm um carácter frio adaptado ao momento mas não convencem.

Os actores destacam-se razoavelmente e cada um à sua maneira, mas não existem interpretações de louvar. houve desempenhos razoáveis durante todo o filme, mas nenhuma situação que capte propriamente o brilhantismo de um sequer.

O argumento de Tom Shankland baseado na história de Paul Andrew Williams também como disse atrás não convence, o uso de crianças para terror continua a ser uma ideia que deve ser explorada, mas os filmes que surgem continuam a não captar a verdadeira essência das mesmas, mas acredito também que a passos largos caminhamos para a pérola neste género.

Não vale o bilhete (podia ser bem melhor e houve cenas que deviam ter sido mais trabalhadas, culpa do realizador que simplesmente a meu ver não se importou, é um fast food de terror)

20 de maio de 2009

Three Extremes 2

1000071 Three Extremes 2 continua a saga do terror oriental em pequenas curtas metragens de tirar o fôlego a qualquer telespectador. Contudo estas 3 curtas apresentadas acabam por desiludir não só em termos de terror que é muito pouco como em termos de realização. Embora como tenha dito anteriormente o terror não ser muito, apresentam pelo menos duas películas histórias extremamente interessantes onde o bom trabalho de realização se notou e o desempenho dos actores também.

Memories (Ji-Woon Kim – The Korean Extreme)

Memories apresenta primeiro de tudo uma fotografia lindíssima tendo como cenário principal um projecto de uma cidade ainda não acabada, com poucos habitantes e onde edifícios novos estão ainda a ser construídos, realmente um cenário diferente do habitual, deveras fascinante e palco de histórias que estão ainda para ser contadas. Memories é também a película que mais terror dispõe das 3 curtas, sustos por vezes fáceis, mas um inicio de nos por com os nervos em franja, não fosse os tons artificialistas que contem, um som gritante aliado a um slashscene milimétrica. Contado com actores razoáveis e com personagens minimamente profundas o filme acaba por sair desilusão no final, que embora não esperado acaba por cair quase nos banais thrillers hollywoodescos. A realização é consistente e embora marcada em passos lentos não desilude.

Vale meio bilhete

The Wheel (Nonzee Nimibutr – The Thailand Extreme)

O cinema tailandês de terror volta a dar cartas pelos piores motivos, Dolls volta a ser uma incursão num género de terror que volta a apostar numa visualização de um género que lhe é muito próprio abordando o folclore tailandês e todos os temas que lhe são inerentes, mas no entanto muito fraco não só a nível de realização como também a nível de direcção de personagens o que acaba por mostrar um produto final débil, mal delineado e com uma história bem aquém do esperado. Se tiverem a opção de fast foward usem-na aqui.

Não vale o bilhete

Going Home (Peter Ho-Sun Chan – The Hong Kong Extreme)

Going Home é uma daquelas curtas que acabaremos sempre por nos lembrar, tem uma história envolvente, muito interessante e onde a realização assenta que nem uma pérola não fosse o realizador por vezes adoptar certos clichés hollywoodescos. seja como for, é para mim a melhor curta destas 3 apresentadas. A direcção das personagens esta extremamente bem feita, tendo como cenário de fundo um condomínio fechado praticamente em ruínas já com poucos habitantes e cada um deles com a sua história. o ambiente tanto passa pela obscuridade como pela nostalgia, o filme aborda também a tão criticada ou mal amada medicina tradicional chinesa. não querendo ser spoiler quanto a esta curta acabarei por aqui a minha critica.

Vale DEFINITIVAMENTE o bilhete

Conclusão:

Vale o bilhete (Embora não sejam tão boas como as primeiras 3 curtas de Three Extremes, “Memories” e “Going Home”, especialmente este último, valem a pena nem que seja para dar uma olhadela a este tipo de cinema muito diferente daquele que estamos acostumados)

Eden Lake

eden_lake_ver2 Eden Lake faz lembrar um While She Was Out, disfarçado, quase um deja vu deste ultimo filme. O filme aborda variados temas, a passividade, a frieza do ser humano e as adversidades que por vezes pessoas banais tem que ultrapassar para sobreviver num ambiente que não é o deles. Eden Lake não surpreende, o filme é inglês e nota-se o cunho britânico durante quase todo o filme, não só pela rudeza das pessoas nele inseridas como também na natureza que circunda o filme.

A realização a cargo de James Watkins não oferece grandes surpresas, ora estanca por completo, ora arranca a uma velocidade quase incompreendida. não que esteja em completo desacordo com o realizador pois as vicissitudes da história assim implicam, mas a verdade é que a realização ainda consegue oferecer algumas surpresas no género do suspense. A mensagem inerente não é nova mas o filme ajuda a transparece-la de uma forma bruta e extremamente fria, quase como se tivesse a gritar “vejam se abrem os olhos”.

Quanto a nível de actores tenho a dizer que conheço pouco deles e do pouco que conheço foi de aparições espontâneas que fizeram noutros filmes e séries britânicas. Não indica contudo que estiveram mal, pelo contrário, todos apresentaram uma consistência muito acima da média e até as jovens estrelas se safaram bastante bem.

O argumento de Eden Lake embora faça parecer muito um While She Was Out meets Deliverance, não está mau de todo. Digo isto porque de facto a mensagem do filme consegue passar para os espectadores de uma maneira bastante concreta, “o Mundo está podre”. Infelizmente para um argumento extremamente frio, a realização acaba por afundar o filme num jogo do rato e do gato, onde o rato tem alguns truques na manga, mas onde o gato sai fortemente vencedor.

Vale meio bilhete (bom estudo sobre o fenómeno “Bullying”, mas levado demasiado ao extremo, mostra uma visão brutal de uma sociedade que está destinada a auto consumir-se pela violência)

Butterfly On The Wheel

Butterfly_On_A_Wheel Mike Barker regressa com este thriller um tanto quanto suave, depois de filmar A Good Woman, o realizador aposta num suspense suave, simples onde a força está essencialmente na direcção das personagens e na história a contar.

A realização a cargo de Mike Barker, não desanima o espectador, as cenas são brilhantemente filmadas, mas para género thriller à que reconhecer que vários ângulos de câmara lançam o filme para o patamar do género acção. penso que uma realização mais lenta e mais sóbria seria bem capaz de resultar, fazendo com que o filme fosse mais cativante, embora mais entediante. o realizador acabou por escolher os shots dinâmicos e transpõe o filme essencialmente para as massas, o que acaba por afundar o filme em “mais um do mesmo” género.

Estrelas conhecidas não faltam em BOTW, temos Pierce Brosnan, Maria Bello e Gerard Butler como personagens principais. Destaque essencial realmente vai para Pierce Brosnan num papel que realmente não é o dele, mas que independentemente de tudo este extremamente bem. Maria Bello continua com uma consistência agradável contudo nesta película continua ainda a dar o corpo ao manifesto, é verdade que não lhe retiro os atributos mas também penso que existe muito aproveitamento por parte dos realizadores em vê-la em posses semi – despidas. quanto a Gerard Butler, também este actor esteve extremamente bem não só a nível das situações impostas pela própria historia a personagem como também ao nível dos sentimentos que esta deixa transparecer.

O argumento foi uma surpresa, realmente BOTW não passa de um thriller suave, tem uma história simples mas inevitavelmente com um plot twist final. A história realmente é original, lembro-me de outros filmes em que já tenham feito mais ou menos a mesma storyline, mas o tema desta película é deveras interessante, embora infelizmente só conheçamos a big picture no final. Não desagrada, nem tão pouco aborrece e safa-se bem naquilo que pretende alcançar.

Vale o bilhete (provavelmente pelo final, é extremamente difícil adivinhar o que a storyline pretende alcançar, mas uma vez lá chegado a história da conta do resto)

18 de maio de 2009

Ip Man

l_1220719_6acb6ba8 Desenganem-se os que pensam que este é um filme de ficção cientifica ou de qualquer modo ligado as novas tecnologias e piratarias do ciberespaço. Ip Man acaba por ser uma biopic do homem que integrou o género de Kung Fu, Wing Chun na China (género reavivado por Bruce Lee com o seu Jet kun Do ). Os cenários e as lutas incasáveis tornam uma biopic num filme rápido, filosófico, e visualmente muito bonito.

Wilson Yip é o realizador, apostou numa realização dinâmica e em coreografias de encher os olhos. As filmagens atingem os cenários muitas vezes de cima, visto as ruas da cidade serem extremamente estreitas, os cenários são visualmente bem trabalhados, a direcção dos actores também, contudo não poucas cenas roçam o filme de acção banal, tão banal que parece que estamos a ver um filme do Van Damme, coisa que nos dias de hoje já não apetece.

O melhor desempenho do filme vai de facto para actor que interpreta a personagem principal, Donnie Yen, conceituado actor de artes marciais na china pelo qual é maioritariamente conhecido, aposta num filme com um background diferente embora que para alguns superficialmente igual.

O argumento de Edmond Wong baseado na vida e obra de Ip Man é uma história recheada de ideais e de conceitos filosóficos fáceis mas não banais, muitos eles advindos das práticas de artes marciais. Ip Man passa ao lado dos outros blockbusters de artes marciais por não ser tratado da mesma maneira que o “Crounching Tiger Hidden Dragon” ou “Hero”. Ip Man é bom, mas de facto podia ser bem melhor, certos clichés estão presentes mas são facilmente ultrapassados pela história embutida no filme da guerra entre a China e o Japão.

Vale meio bilhete(por aquilo que tenta alcançar), mas vale o bilhete pelo entretenimento

Push

push_ver2 Vi recentemente Push a mais recente obra do realizador Paul McGuigan. Um filme que supostamente era para me fazer desligar um pouco de obras mais profundas, acabou por ser uma agradável surpresa, não só pelo entretenimento que proporciona mas também pelos tons coloridos que a cidade de Hong Kong oferece.

Push é filme para massas, a história faz lembrar a série “Heroes” da Fox já bem conhecida entre os portugueses, pessoas supostamente normais com poderes sobrenaturais, umas com passados mais sombrios, outras que só agora descobrem os seus verdadeiros poderes e ainda outras que simplesmente fingem que não os têm.

A realização aproveita o que de melhor existe em Hong Kong, apresenta-se extremamente colorida, dinâmica, puxando essencialmente o filme para o género de entretenimento/aventura. A direcção dos actores foi bem conseguida, mas existem falhas pendentes. Destaque para as excelentes filmagens no uso dos poderes pelas personagens.

Os actores são bem conhecidos mas mais uma vez o talento mais jovem é o que mais sobressai, falo pois de Dakota Fanning, que continua desde tenra idade a dar provas que será uma das grandes estrelas do futuro. Djimon Hounsou que começou bem nos Estados Unidos com os seus primeiros filmes, começa a dar agora sinais de fraqueza, principalmente no que toca as escolhas das personagens

O argumento infelizmente continua a ser o elo mais fraco de Push, a história não é nova e os clichés abundam. O amor não correspondido, o plot twist final muito fraco e um ligeiro tédio a meio do filme provocam ao espectador que está a espera de mais um certo entorpecimento mental.

Vale meio-bilhete (porque tem a Dakota Fanning e mostra Hong Kong flamejante não só em cores mas também pela agitação que a cidade oferece)

Nick Gant: Did you lose a bet with your hairdresser?

Cassie Holmes: No! I just like color!

17 de maio de 2009

A Viagem de Chihiro

l_1785_0245429_2f696a83 Dos 3 títulos que decidi escrever, este é sem sombra de dúvida o meu favorito, a animação japonesa dotada novamente de uma originalidade imparável, oferece-nos um titulo fantástico, oscarizado pela academia na categoria de melhor filme de animação em 2003 e lembro-me que saltou logo para o meu Top 10, numa altura em

A realização mais uma vez a cargo de Miyazaki prima mais uma vezes pelos detalhados pormenores das imagens. desta vez assumindo uma fotografia mais limpa que Mononoke – Hime, embora aqui seja necessário porque não existe tanta obscuridade deixada pela fotografia da primeira película. O filme é realizado a um ritmo extremamente calmo, mas no universo que rodeia esta fantasia, o ritmo a que se desenrola a acção não nos enfadonha faz-nos porém apreciar ainda mais a requintada animação que acompanha a história.

Chihiro é uma personagem que nos faz sonhar, dotado de uma amabilidade muito própria e um espírito de bondade quase impossível a qualquer ser humano. Cresce à sua medida dentro do filme, bem como todos os outros personagens que se encontram na sauna. Os personagens secundários que integram o filme são também eles a par de Chihiro uma bestialidade em termos de originalidade.

O argumento é uma das genialidades deste filme passando-se essencialmente numa casa de saunas para deuses, exacto, leram bem, casa de saunas para deuses, não preciso de dizer mais nada para os espectadores que não tiveram a possibilidade de ver o filme entenderem que isto é ou deve ser considerada uma pérola de originalidade. Com poucos plot twists é um história directa, extremamente bem narrada, e abrilhantada das mais diversas e hilariantes situações

Vale o bilhete (ou, novamente vale muitos mais, a palavra chave do filme é originalidade)

16 de maio de 2009

El maquinista

Um filme de Brad Anderson (2004)

Este filme é um autêntico quebra-cabeças. Um operário de maquinaria industrial que não consegue dormir começa a ter sensações e comportamentos que misturam a realidade com um outro estado de ilusão. A personagem principal é interpretada por um Christian Bale completamente transfigurado para este papel – fisicamente raquítico e maltratado e com uma expressão facial e corporal fortíssimas, Bale nunca nos recorda as suas outras personagens onde é super-herói ou galã. Esta personagem foi, sem dúvida, uma grande prova de fogo que ele ultrapassou cheio de classe.

Toda a história é confusa, mas isso não perturba a atenção do público já que se mantém cativante em todo o tempo. No entanto, apenas nos 10 minutos finais se completa a “big picture”, encaixando todas as pistas que foram dadas ao longo do filme.

Aconselho a ver por ter uma interpretação soberba, por ser intrigante, por ficar no pensamento, por ser bom!

Trevor Reznik: Stevie, I haven't slept in a year. 
Stevie: Jesus Christ! 
Trevor Reznik: I tried him too.

Carla V.

Coisa Ruim

Um filme de Tiago Guedes e Frederico Serra (2006)
Argumento de Rodrigo Guedes de Carvalho

Neste filme português, o ecrã é ocupado por uma família lisboeta que vive momentos de constante sobressalto quando se decide mudar para uma casa no campo, o que acaba por terminar em terror…

A realização é bastante boa e é de louvar o demarcado cunho português. E isto não é só por ter um ritmo lento como é já costume dos nossos realizadores, mas por toda a história ser envolvida numa mística portuguesa muito própria: o ambiente rural com toda a aura de lendas e as suas tradições, mas também as pessoas chegadas da cidade são facilmente apreendidos pelo espectador como familiares. No entanto, e felizmente, parece-me um bom contributo para o cinema português que abdica de alguns dos seus vícios, nomeadamente o esgotamento da paciência do público que não pertença aos círculos da elite intelecto-artística.

E por tudo isto, aconselho a ver a quem se permita a apreciar um suspense português com uma tendência mais mainstream do que o habitual.



Carla V.

12 de maio de 2009

Punisher: War Zone [O Justiceiro 2: Zona de Guerra]


Ano: 2008
Realização: Lexi Alexander

O filme conta a história de The Punisher, um militar que depois de ver a sua família assassinada por criminosos, decide iniciar uma cruzada sangrenta contra o crime, sendo júri, juiz e carrasco.
Para quem procura um filme de acção, com balas, porrada, mais balas, mais porrada e explosões este é claramente o filme.

É um filme violento (mas soft, visto que é um blockbuster hollywoodesco) e pouco mais. Não traz nada de novo mas também não desilude quem souber aquilo que vai ver.


Enjoy (se tiveres prai virado)

David o golias

Curse of the Golden Flower [A Maldição da Flor Dourada]


Ano: 2006
Realização: Yimou Zhang
Prémios:
- Excellence in Production Design Award, Art Directors Guild (2007)
- Best Actress; Best Art Direction; Best Costume & Make Up, Hong Kong Film Awards (2007)

O filme conta a historia dos problemas vividos na casa real chinesa, entre o Imperador, a sua mulher e os seus filhos.


Um filme que a primeira vista parece vir na senda de outros filmes Chineses (tais como “Herói”, “Tigre e o Dragão” ou “O segredo dos Punhais Voadores”), mas que se mostra diferente. É, tal como os outros, um delírio visual (se bem que mais monocromático, sendo o dourado uma presença constante e bem notada em todos os segundos do filme), mas é apenas esta exuberância visual que o liga aos outros antes referidos. A Maldição da Flor Dourada não tem as belíssimas coreografias de luta, tem em vez disso, um argumento muito bem estruturado e cativante, que assume neste filme um papel de relevo. Alem do bom argumento, temos também mais uma coisa rara neste género de cinema: uma brilhante representação por parte de …., que tem na minha opinião, o melhor desempenho que vi nos últimos tempos no cinema oriental.


É assim um filme que pode não ser bem aquilo que se espera e que por isso pode surpreender quem procura apenas uma forte experiencia visual pois a historia em si, e principalmente as performances dos actores têm uma importante relevância. Pode representar talvez um amadurecimento do género, se bem que ainda pouco balanceado, pois podia ter tido os melhoramentos na história, mas também contar com as grandiosas (e esperadas) coreografias de batalha.



Enjoy (provavelmente, se gostastes dos outros de mesmo género… se bem que este vai-te saber de forma diferente)

David o golias

8 de maio de 2009

Terminator 3 – Rise Of The Machines

terminator_three_rise_of_the_machines_ver2 Aqui está a ultima retrospectiva da saga Terminator. Terminator 3 a cargo agora do realizador Jonathan Mostow continua a saga deixada para trás de John Connor e da maquina assassina que a protege. O filme trás de volta Arnold Schwarzenegger ao estrelato e uma continuação da história que leva os espectadores até ao dia do julgamento final.

James Cameron dá lugar agora ao realizador Jonathan Mostow, a acção continua a ser o ponto forte da saga, e a verdade é que o realizador cumpriu bem o seu papel nas cenas de acção principal. Os ângulos dinâmicos tornam a película extremamente rápida mas sem grandes originalidades de maior, Terminator agora também graças aos avanços da tecnologia apresenta uma fotografia mais luminosa, efeitos especiais mais requintados

Quanto aos actores, Arnold está o mesmo e não mudou a sua personagem, continua uma “máquina”, embora agora dotada de uma certa compreensão emocional da humanidade. Linda Hamilton no papel de Sarah Connor morreu de leucemia, morte estranha para o guião e que não foi bem explicada, foi uma pena mas teremos de nos contentar. Já a prestação de Nick Sthal no papel de John Connor, não foi, a meu ver, muito boa, é um jovem adolescente com todos os problemas que advêm dessa fase e ainda perturbado das vivencias da segunda película. Claire Daines salta para a ficção cientifica depois de uma pequena aparição em The Hours e outros filmes com pouco feedback, sem grande ajuda da sua personagem, deveras fraca e pouco evolutiva durante o filme. Kristanna Loken não posso acrescentar nada, contam-se pelos dedos de uma mão as falas que teve na película, mas temos contudo de lhe reconhecer os atributos físicos que deu ao filme.

O ponto mais fraco e que põe desta vez o filme num patamar muito abaixo dos outros dois é sem duvida alguma o argumento. É quase caso para dizer “mais do mesmo”, o que embora não prejudique tanto a história da saga dá-lhe um ritmo mais lento do habitual. Desta saga provavelmente seria o filme que poderia passar mais ao lado, contudo Hollywood é uma máquina de fazer dinheiro e tais títulos principalmente depois das ultimas películas atraem muitos espectadores ao cinema o que acaba depois por se tornar num blockbuster.

Vale meio bilhete (o argumento é fraco e pouco acrescenta à saga a não ser que o dia do julgamento final independentemente de tudo acabará por chegar)

Terminator : Katherine Brewster? Have you sustained injury? Katherine: Drop dead, you asshole!
Terminator: I am unable to comply.

Com a ultima retrospectiva feita não temos mais nada a não ser esperar pelas novidades de Terminator – Salvation que deve estar quase a estrear nas salas portuguesas até lá bons filmes.

1 de maio de 2009

Terminator 2 - Judgement Day


James Cameron volta à carga em 1991 com a segunda parte da maquina assassina mais famosa do cinema, Terminator. O Filme é mais brilhante e aparece agora com uma imagem mais cuidada não só em termos de fotografia como também em termos de efeitos especiais e realização. Cameron não teve com meias medidas e apontou que se realmente é para fazer uma segunda parte então definitivamente terá de ser melhor que a primeira. A aspiração do realizador teve frutos e o segundo filme acaba por ser bem mais apreciável que o primeiro em termos de acção, a história adensa-se e o julgamento final acabará por chegar.

James Cameron depois de uma pausa de 7 anos, voltou à carga com a sequela de Terminator. A realização primorosa de um dos melhores realizadores de acção está mais cuidada e oferece mais surpresas que o seu antecessor. Uma fotografia mais limpa e cenários onde quase tudo parece destrutível é onde a filmagem esteve melhor. Os efeitos especiais melhoraram e o filme goza de notoriedade numa época onde a nova geração de efeitos especiais computorizados começou a crescer.Hollywood soube aproveitar bem esse facto e o realizador também.

Para alem de Arnold Schwarzenegger, onde a sua interpretação foi sem dúvida melhor que o filme anterior (embora continue a ser uma máquina), destaco neste filme essencialmente Linda Hamilton, onde a sua personagem Sarah Connor parece ter sido feita novamente de raiz, um intelecto completamente diferente do primeiro filme, mais agressiva, mais deprimente e mais apta a lutar por aquilo que acredita, concluindo temos novamente uma boa prestação da actriz, Robert Patrick, no papel de nova máquina assassina e requintada pelos efeitos especiais que levou em cima esteve bem no seu papel por fim Edward Furlong que ao recordar Terminator 2 nunca pensei estar a ver o jovem que teve uma participação tão boa em “American X” ao lado de Edward Norton.

O argumento começa a adensa-se, as personagens começam a tornar-se mais sombrias e o desenlace começa a ser muito mais fluido que o primeiro filme.O argumento continua a lançar um humor muito próprio e mais uma vez nem todas as piadas são tão engraçadas como deveriam ser. Embora pareça ser mais do mesmo, só que desta vez o alvo é o próprio John Connor, existe uma boa discrepância temporal (passagem dos anos 80 para os 90) e isso nota-se mesmo nos modos de vestir, na maneira de falar. o script que tive a oportunidade de ler (a internet é uma maravilha) ,está muito bem escrito e também bem transposto para a tela.

Vale o bilhete (é um filme impar do género e acredito que se passasse novamente numa matiné de sábado estaríamos todos sentados no sofá para recorda-lo)

Retrospectiva - Mononoke - Hime

l_106289_0119698_60668fef Ok, a animação japonesa sempre foi conhecida pela sua originalidade não só pela Anime destinada aos adultos como também para os mais pequenos lançando um novo modo de contar histórias e fábulas desconhecidas ocidentalmente. Mononoke – Hime lança um género que viria a ser reconhecido internacionalmente não só devido à sua extrema originalidade como também à requintada animação que o acompanha.

A realização do filme a cargo de Hayao Miyazaki, é cuidada, extremamente minuciosa e espectacularmente organizada, dotada de pouquíssimos tempos mortos Mononoke – Hime, bem como os outros títulos que provêm do mesmo género e usufruindo da própria animação, os ângulos são extremamente bem escolhidos em quase todas as situações, algo que continua a ser extremamente difícil para os realizadores de filmes com pessoas de carne e osso caso não decidam optar pelos efeitos especiais. Tendo como principal cenário uma floresta extremamente detalhada e minuciosamente cuidada, são poucos os defeitos que escapam ao olho atento de Miyazaki. e só pela realização assume logo estatuto de must see.

As personagens crescem ao longo da película, tornam-se mais atentas aquilo que as rodeia, cada personagem tem a sua caracterização própria, a sua história, e a sua vida num cenário que absorve um pouco de cada uma delas, pormenores brilhantes, quase impossível em outros géneros.

Dotado de uma filosofia misticista, sempre quase agarrada ao estilo de vida japonês, Mononoke – Hime não lança tanta cultura japonesa como quer, ou pretende, prefere concentrar-se numa história plausível, um tanto engraçada e aventureira. O argumento releva uma storyline simples ,com poucos ou nenhuns plot twists e diálogos que revelam um filosofia simples para crianças e adaptada a adultos mais distraídos.

Vale o bilhete (ou até vale mais, uma história que não se dispersa facilmente das mentes dos espectadores)