28 de janeiro de 2009

Changeling


"Changeling"
Realizador: Clint Eastwood
Argumentista: J. Michael Straczynski

É difícil de definir “Changeling”. Clint Eastwood volta ao drama abordando as relações familiares, a corrupção de estruturas sociais e o crime violento. O filme em si, não cativa no inicio, dando a sensação que estamos perante um filme entre tantos outros e que Clint como realizador não se nota naquele momento a não ser na própria condução dos actores. O filme só acaba por captar a atenção mais tarde. As personagens são bem conduzidas e evoluem de acordo com a história mas falta essência. Angelina Jolie porta-se bem, mas falha momentos dramáticos fulcrais. John Malkovich está sempre bem e embora Gustav Briegleb não seja uma personagem difícil verifica-se o toque pessoal do actor. Lester Ybarra, policia corrupto e desonesto é para mim uma das personagens mais difíceis de interpretar, mas Michael Kelly esteve bem, aliás muito bem, conheço pouco o actor, mas penso e toda a gente sabe como Hollywood funciona, uma vez alcançado o sucesso será difícil não o vermos em películas mais adiante. Mas nem tudo são rosas em “The Changeling” A tristeza de todo o filme é sem duvida o actor Devon Conti, a típica personagem de assassino com problemas mentais foi pouco explorada, mesmo acreditando que interpreta-la não tenha sido “cana doce”, para um filme de orçamento relativamente mediano (para Hollywood) o objectivo essencial seria a credibilidade das personagens e se existe alguma personagem que não a tenha em “The Changeling” é sem duvida Devon Conti. O argumento de J. Michael Straczynski, está bom, acima da média, em certa medida original e digno de ser realizado por um grande realizador. Porque é que digo “em certa medida original”. Uma boa parte de Hollywood pensa que o rapto é sempre o mote para um bom filme e por isso os espectadores todos os anos são inundados com filmes sobre raptos. A originalidade deste filme provem da impotência da mãe face ao desaparecimento do filho, procura a polícia e faz tudo o que está ao seu alcance dentro da sociedade onde vive. Não é uma heroína, é uma mãe. Se fosse outro “Blockbuster” provavelmente veríamos Angelina Jolie a procura do bandido em grandes perseguições de carro e a desferir potentíssimos golpes de artes marciais nos narizes dos mauzões. Ainda bem que não é assim :) O drama fica-lhe bem. O final não quero falar, as últimas falas foram uma desilusão. Vale o bilhete

2 comentários:

Miss V. disse...

Este filme foi das melhores surpresas deste último ano - não esperava um drama, um histórico e um thriller tão bem misturados e tão bem sucedidos.
Angelina Jolie está num nível superior, onde não pensei que ela pudesse chegar agora: a uma mãe credível e uma senhora cheia de classe. Ela fascinou-me neste novo registo e espero vê-la outra vez a dar cartas em breve.
Northcott, interpretado por Jason B. Harner, chegou a parecer-me o patinho feio daquele cenário. Mas esta opinião manteve-se apenas num período inicial, enquanto a personagem ainda não tinha sido suficientemente explorada para nos apercebermos que ele não estava em "overacting".

A mim, o filme prendeu-me desde os primeiros momentos: aproveitei cada segundo e nada me pareceu dispensável...

A ver, porque só a ver fica visto :)

David o golias disse...

Grande surpresa para mim também. Angelina Jolie esta soberba neste novo registo, o resto do elenco também esta muito bem, a historia é muito boa e a realização não tem defeito que se lhe aponte (brilhas tanto Clint, quando sabes ficar atrás das câmaras). É daqueles filmes que vale a pena ver no PC, no cinema, na Tv, ate na montra da Worten vale a pena ver. filme com F grande!

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