30 de abril de 2009

3 Extremes

l_54179_0420251_18f84545 Depois da desilusão criada por Khon len khong, 3 curtas metragens orientais fazem-me respirar de alivio em termos do género “terror”. 3 extremes é simplesmente uma delicia do terror asiático para os olhos dos espectadores. Hollywood que se ponha fina. O terror vai assumir novos rumos e de certeza que só passará pelo continente americano se assumir formas medíocres de remakes ou sequelas desinteressantes. Quanto a 3 extremes temos uma combinação de 3 curtas metragens feitas por diferentes realizadores coreanos, cada um com o seu método de realização e cada um com a sua história para contar. o terror é o denominador comum e são quase 90 minutos de de pura delicia para os fãs do género

“Dumplings” – The Hong Kong Extreme - Fruit Chan

Dumplings, foi uma das curtas que mereceu uma longa metragem. apostando num tipo de terror muito próprio, o objectivo é não injectar o espectador com sustos fáceis mas sim com um terror visual do género, “não acredito no que esta gente está a fazer”, não é a masterpiece das curtas presente nesta trilogia, mas o terror inerente à película é sensualmente exposto por Bai Ling, é das personagens que mais me intriga do cinema, a história é escassa mas concentra-se em momentos importantes, embora ainda não tenha visto a longa metragem desta curta entendo que teremos mais história nela que permitirá limar as arestas soltas deixadas por esta.

“Cut” – The Japanese Extreme – Park Chanwok

Esta película do mesmo realizador de “Oldboy” foi a minha favorita das 3, pintada também ela com um terror muito próprio é apimentado também por umas poucas situações humorísticas que nem por isso deixam de retirar o elemento pesado da historia. a fotografia destaca-se e a filmagem na sala do piano também, cada cenário respira elementos muito próprios o que provoca no espectador ou uma sensação de terror ou pelo contrário uma sensação de conforto. A história, embora assuma que já a tenha visto em algum sitio é pontuada por pequenas preciosidades de originalidade. Uma curta Must See.

“Box” – The Corean Extreme – Takashi Miike

Provavelmente é a história mais fraca das 3 curtas mas o recurso as cenas visualmente chocantes é onde reside a mais parte da essência do filme. Box contêm para mim uma das melhores cenas de terror que alguma vez vi no cinema não quero estragar com spoilers por isso espero que a identifiquem quando a verem. um destaque essencial para Kyoko Hasegawa extremamente profunda na sua interpretação, quanto a história chega a ser enfastidiosa, não entretêm, mas mantém-nos atentos até ao desfecho final, um terror mais lento e pouco habitual tal como nas outras curtas está presente.

27 de abril de 2009

The Midnight Meat Train

Movie Poster Vi este filme porque era baseado numa short story de Clive Barker, escritor de vários livros de terror/paranormal a quem reconheço uma extrema originalidade logo depois de H.P Lovecraft. Contudo o filme de Ryûhei Kitamura ficou muito aquém das expectativas, não só a nível de actores mas também a nível de realização. Algo que poderia ter sido mais profundo, acaba por ser filme para massas com o seu greasy gore e sustos fáceis.

O ambiente obscuro de Clive Barker foi bem executado, a tensão emocional nota-se numa cidade sombria muito ao estilo de Se7en, as filmagens de dia apresentam uma fotografia lindíssima mas a noite deixa de ser uma mais valia associando-se não poucas vezes aos filmes de terror do género, a realização peca pela originalidade de como as cenas são filmadas, recursos a ângulos estranhos tentam por o filme num patamar que não é propriamente aquilo que pretende alcançar.

Destaque para Bradley Cooper que saltou agora da série “Alias” para um personagem mais perspicaz, no papel de Leon personagem com pouca densidade e uma evolução meio débil, o actor estica os cordelinhos para lhe aumentar a credibilidade. Quanto a Vinnie Jones não aqueceu nem arrefeceu, embora apareça na maior parte das cenas, ao actor não lhe foi dada a possibilidade de falar, fica-se pelos gestos e pelas expressões faciais, se calhar foi pelo melhor. O filme brinda-nos ainda com uma special apperance de Brooke Shields muito apagada.

O que mais gostei no filme e pelo qual me apeteceu escrever sobre ele foi sem dúvida a short story de Clive Barker, um quase H.P Lovecraft moderno, acredito no entanto que o argumento tivesse possibilidades de ir mais longe. é uma história pouco vista com requintes de originalidade mas só totalmente compreensível até ao final do filme. Infelizmente e com muita pena minha penso que foi a produção que quis atirar este filme para as massas, o que fez com que perdesse uma caracterização e uma originalidade que lhe poderia ser muito própria.

Vale meio bilhete

“Step away from the meat”

Retrospectiva – A originalidade e o brilhantismo da animação japonesa

Sacar um brilharete com três filmes de animação não é para qualquer realizador. Hayao Miyazaki, apresentou 3 trabalhos cheios de originalidade, uma requintada fotografia e histórias de fazer chorar por mais. “Princess Monoke”, “Spirited Away” e “Howl´s Moving Castle” são só uns de muitos outros títulos que fazem a Pixar marcar passo no mundo da animação não só em termos de originalidade mas como também num novo modo de contar fábulas infantis. Uma delícia para os olhos das crianças mas também de gente grande. Para ver e rever este mês de Maio. Ás sextas vem a crítica.

l_106289_0119698_60668fef l_1785_0245429_2f696a83l_11627_0347149_80467ab6

       Dia 1 de Maio                  Dia 8 de Maio.                Dia 15 de Maio

24 de abril de 2009

Star trek: The Motion Picture


Antes demais quero pedir desculpas. Tinha prometido o 1º post desta série na sexta e já vamos no sábado. Só que 1º tinha de instalar a nova versão do Ubuntu (hihihi), e já se sabe que as instalações nunca correm como se quer.
Bem, depois desta conversa de "chacha" vamos ao que interessa... a retrospectiva e a crítica desta grande série de filmes de Star Trek, começando pelo primeiro.

A história até agora:
Após a destruição de 3 naves Klingon, e de uma estação espacial por parte de uma nebulosa de energia, o conhecimento de que esta se dirige para a terra leva a que, a Enterprise seja destacada para investigar. Sabendo disto o capitão James T. Kirk, a quem fora dado um trabalho de secretária, voluntaria-se para comandar a missão. Pedido que tendo em consideração toda a sua experiência, o comando estelar aquiesce atribuindo-lhe o comando da sua estimada nave, o que enfurece o seu actual comandante, Capitão Decker, a quem não agrada a posição de Imediato.
A viagem até ao fenómeno, não é tranquila. Para além da infiltração de um estranho na nave que se revela ser o grande Mr. Spock (que sentindo a anomalia, decide interromper o seu ritual de expurgação das suas emoções para se juntar à equipa), a infamiliaridade de Kirk com a nova Enterprise remodelada, quase leva à destruição da embarcação.
Interceptada, a nuvem revela-se: trata-se de uma consciência alienígena auto-denominada de V'ger que procura a Terra com o objectivo de se reunir com o "Criador". Por insistência de Mr. Spock, e porque V'ger está agora a um passo do planeta azul, Kirk acompanhado por Spock, Mccoy e Decker, decide deixar a nave e contactar directamente V'ger.
No confronto final descobrimos que V'ger, não é um ser e sim uma nave com consciência, mas não é uma nave qualquer... é uma antiga sonda Voyager, que caiu num planeta habitado por uma raça de seres sintéticos que considerando a sonda como um dos seus, a reconstruiram e aperfeiçoaram. V'ger apenas quer cumprir o sua programação essencial: recolher informação sobre todo o universo. Tarefa que para ser concluída precisa de capacidade emotiva, capacidade que não lhe é inata necessitando de assimilar uma consciência humana para o efeito."Decker" sacrifica-se e a sua reunião com v'ger impede a destruição do 3º calhau.
E assim acaba a história com Kirk e os seus amigos a salvar o dia mais uma vez!!

CRITICANDO

O que gostei.
Efeitos especiais: Como é que um filme do final dos anos 70 ainda se mantém tão actual? As maquetas e os cenários são simplesmente incríveis!
Capitão Kirk: É das melhores personagens da história da ficção científica e é impossível não sorrir sempre que este aparece no ecrã.
Ambiente: O "vibe" geral do filme. É um filme do Star trek porra!
A permissa do filme: Naves que ganham consciência e que decidem reunir-se com o seu criador, não passam todos os dias no ecrãs do cinema. E embora o filme se torne previsível a história não deixa de surpreender, nem que seja pelo ter sido feita nos anos 70.
O que não gostei.
O argumento: O facto do guião ter sido originalmente escrito para a televisão e depois adaptado para cinema nota-se e não é pouco. Pouca acção, diálogos pobres e cenas intermináveis reinam pelo filme e desiludem.
Calças cozidas aos sapatos: No futuro não podemos comprar os dois em separado? se assim for, não é um mundo onde queira viver.
Agora a parte difícil.
O filme faz bem o seu trabalho, que é entreter. Não esperem grande coisa, pois como o próprio nome do filme indica é um filme "sobre o star trek". Pressupõe que já gostem desse universo, ou que pelo menos tenham alguma curiosidade. É um dos maiores fenómenos culturais dos últimos 50 anos e é nesse sentido que o devemos encarar. Tem os seus defeitos, mas não preciso de me esforçar muito para pensar em dois ou três filmes ainda piores, mas que toda a gente viu, só porque são contemporâneos e este não é. A ver quando apetecer.

Para a semana há mais, e até lá fiquem com trailer do próximo filme:



Khon len khong – Art Of The Devil

Art_Of_The_Devil_posterNuma jornada pelos filmes de terror orientais que sempre me despertaram curiosidade devido ao género diferente daquele que estamos habituados a ver do cinema de Hollywood, deparei-me com Khon len khong, filme de terror tailandês que mereceu uma trilogia por parte dos produtores mas pouca atenção por parte dos espectadores. Khon len khong acaba por ser um filme extremamente entediante para um género em que o objectivo principal é sempre prender-nos á cadeira.

A realização a cargo de Tanit Jitnukul é deveras amadora o que não estava à espera para um realizador que já tinha pelo menos 5 filmes no currículo antes deste. A principio pensava que Khon len khong seria o projecto final de um curso qualquer de cinema tailandês, mas também estaria enganado sobre esse aspecto. O “easy come easy go” das passagens temporárias apresentam-se abruptas e rápidas mas destaco a ideia interessante de as cenas passadas serem filmadas a cores e as presentes a preto e branco e serem inseridas nos tempos correctos da storyline. Referência ainda para aquilo que se tem tornado cada vez mais comum nos filmes Hollywoodescos o chamado “greasy gore”, penso que perceberão.

O destaque negativo do filme vai sem dúvida para as personagens, desempenhos do mais medíocres que vi nos últimos tempos e o pior é que é a nivel global não consigo destacar uma que tenha tido uma prestação minimamente suficiente. É uma facada no coração de qualquer espectador. A representação é mínima e a fluidez dos diálogos é débil devido ás constantes pausas existentes a cada frase que os actores dizem.

O argumento não aquece só arrefece, referências à magia negra estão presentes, provavelmente da maneira mais profunda que vi num filme, mas tudo isto sem concretização técnica sai flop. Falhas atrás de falhas afundam o filme no banalismo do género. Aposta muito num terror visual já ultrapassado e não satisfaz em termos de conteúdo, é entediante e consequentemente lento.

Não vale o bilhete (definitivamente)

Terminator

terminator_ver2 Então é sexta-feira e é dia de retrospectiva.

O original é o denominador comum para todos os outros que se seguem. “Terminator” de James Cameron com Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton abriu a porta não só para os filmes de acção/ficção cientifica, mas também para uma saga inesquecível do cinema. Vi-o recentemente para avivar a memória da adolescência, filmado em 1984 e ainda hoje com efeitos especiais que conseguem meter abaixo outros filmes recentes do mesmo género.

James Cameron mostra uma realização apurada, detalhada e continua. o filme apresenta certos lapsos temporais até ao pós “Judgement Day”, sem muito detalhe mas que serve para aguçar o engenho da história… não da narrativa. Terminator roça o filme de acção comum com salpicos de originalidade aqui e ali, mas nota-se o selo de acção de Cameron em quase todas as cenas importantes.

Arnold não é actor mas a evolução tem sido notória e nota-se no comportamento da sua personagem até ao fim da película. o “cybernetic organism with a metal skeleton surrounded by a living tissue” (definição aprimorada da máquina assassina) funciona até certo ponto, mas o conceito acaba por se desfazar a meio, o actor que anteriormente tinha feito dois filmes como Conan acaba por assumir em Terminator uma maior vistosidade no ecrã mas a personagem não lhe dá espaço para brilhar, as respostas directas e concisas fazem dele uma máquina (que é exactamente o que ele é), sem muito espaço para diálogos sobram-lhe as armas para falarem por ele.

Linda Hamilton foi outra actriz que fez furor com o filme de James Cameron, já a conhecia de “Children of the Corn” de Sthepen King antes de ver todos os Terminators. e é provavelmente a personagem que mais cresce tanto neste filme como durante a saga, mostrando-se neste filme como uma mulher um tanto mimada, um tanto rebelde mas quase sempre ingénua, a fórmula da personagem não satisfaz mas a credibilidade de Linda como actriz é suficiente para a personagem ter pernas para andar.

O argumento de James Cameron e de Gale Hurd satisfaz pela originalidade tendo mesmo ganho o Saturn Award de melhor argumento da academia de ficção cientifica, fantasia e horror dos EUA. A storyline é sólida mesmo para um filme de ficção científica e entretêm quanto baste. Para mais é apimentado por umas deixas de humor negro, ás vezes boas ás vezes medíocres mas independentemente de tudo bem enquadradas.

Vale o bilhete (para recordar e para a posterioridade)

22 de abril de 2009

Retrospectiva - Terminator

Deixada a premissa por um membro da nossa redacção e pensando também que o blog deve ser mais interventivo não só criticamente como também a nível de informação. Também farei uma retrospectiva sobre uma trilogia que marcou a minha adolescência, Terminator.

terminator terminator_two_judgement_day terminator_three_rise_of_the_machines_ver2

Com a saída quase aí de Terminator Salvation. Vale a pena recordar (ou não) o que ficou para trás, dito isto nas próximas sextas-feiras irei deixar no blog as críticas aos 3 filmes anteriores. Para já deixo-vos com o trailer do novo filme:

20 de abril de 2009

Deliverance

deliverance Apelidado de “Fim de semana alucinante” em Portugal, tenho a dizer que nunca um filme foi tão bem dobrado no seu título como este. Deliverance é um filme pujante que segue muito o género do “wrong place in the wrong hour” mas tambem abrange o desafio de pessoas citadinas serem puxadas ao máximo em habitats que não lhes são conhecidos. Decisões mal calculadas, muita acção e situações de cortar à faca são só umas das poucas situações que o filme de John Boorman oferece.

Actores bem conhecidos fazem parte do elenco como John Voight e Burt Reynolds e Ronny Cox, actores que agora são lendas Hollywoodescas e que tiveram neste filme um brilhantismo fantástico e mostram que nos dias de hoje a Old School ainda não tá fora de moda.

John Boorman tem provavelmente aqui o trabalho de uma vida. a realização foi bem conseguida e os cenários naturais ajudam tanto na realização como na fotografia. A filmagem dentro da floresta densa oferece poucas surpresas mas bastante realismo, o local de realização foi extremamente bem escolhido. Um filme onde a realização dependia do cenário natural, John Boorman conseguiu tirar o melhor dos sets, filmar ao ar livre e conduzir os actores de uma maneira satisfatória.

O argumento de James Dickey, mostra uma sólida storyline, com um constante crescimento das personagens até ao desenlace final. não existem grandes tiros nem grandes explosões, o filme é feito de situações limite e o ambiente pesado criado pelas reacções das personagens aos obstáculos criados pelos crackers é onde se verifica o maior trabalho de argumentação, onde não existem grandes diálogos mas palavras monossilábicas face ao estranho sucedido.

Destaque para uma banda sonora essencialmente feita ao som de banjos, que inicia o filme e que se prolonga em toda a sua duração, havendo modificações ora mais lentas ora mais rápidas conforme as situações em que os personagens se vêem envolvidos. Pormenor extremamente interessante.

Vale o bilhete

“Goddamn, you play a mean banjo.”

Onibaba

Onibaba No ocidente o filme realizado por Kaneto Shindô passou despercebido contudo onibaba foi a masterpiece oriental em género de terror dos anos 60 no Japão e depressa ganhou popularidade em todo o mundo tornando-se num dos filmes de terror mais bem cotados de sempre.

Embora não encare "Onibaba" como um filme de terror mas sim como um conto de fadas como se dá a conhecer aos espectadores no genérico inicial, denoto uma certa tendência para esse género, o suspense inerente ao buraco cavado no meio do pântano e á máscara aterradora do samurai dão que pensar e mantêm um clima não só de um terror muito peculiar mas de um ambiente pesado durante todo o filme.

É difícil falar sobre os actores. as reacções emocionais parecem desfasadas em certas alturas do filme e dada a nacionalidade do filme é difícil distinguir a performance individual de cada um, destaque no entanto para Nobuko Otowa, no papel de uma mulher cujo filho morreu na guerra feudal e agora vive com a afilhada no meio de um pântano cujo principal sustento é vender os pertences dos soldados que por lá passam depois de lhes tirarem a vida. A personagem é conservadora e dificilmente convincente contudo a actriz acaba por dar o melhor de si.

O que faz de Onibaba um must see é sem dúvida a realização a cargo de Kaneto Shindô, com uma estrondosa sequência inicial nos meandros do pântano e com um cenário de invejável beleza durante todo o filme. os ângulos de câmara ligeiramente subidos devido á alta vegetação provocam uma visualização bastante diferente daquela que estamos habituados a ver mas no entanto extremamente agradável. a filmagem embora bastante bem conseguida em ambientes externos acaba por desiludir em espaços fechados, apresenta-se pouco trabalhada.

Onibaba é bom e não desilude pelo facto de ser dos anos 60. mas a verdade é que gostaria de ver este filme a cores devido á quase imensidão de cenário que dá a explorar. o som infelizmente é em mono o que prejudica muito
a qualidade sonora do filme, mas tais desvantagens não prejudicam a qualidade do filme em termos de realização.

Vale o bilhete

19 de abril de 2009

How to Lose Friends and Alienate People [Como Perder Amigos e Alienar Outros]


Ano: 2008
Realização: Robert B. Weide


O filme é uma adaptação do livro autobiográfico de Toby Young, no qual é contada a história de um extravagante jornalista inglês, editor de uma revista de celebridades, que é convidado para ir trabalhar para a mais conceituada revista do género, em Nova Yorque.


É daquelas comedias, que quando se esforça por ter piada é precisamente quando não a tem, e quando tenta satirizar o mundo do glamour hollywoodesco, cai precisamente nos erros daquilo que satiriza. De realçar Gillian Anderson, uma actriz que aparece pouco, e não se percebe porque, já que aqui mostra que pode ser muito mais do que uma Agent Scully (ou variações dela) quanto a Kirsten Dunst mostra que precisa do toque do cinema independente para brilhar, pois nestas fitas de happy ending, perde metade do brilho, e banaliza-se um bocado.


Fora isso a realização é aquilo que já se esta a espera neste tipo de filmes… nem boa, nem má… antes uma fórmula quase matemática, ou quase culinária, onde nada brilha, nada arrisca, mas também nada falha (o que para mim, só por si, já é falhar)


Faz soltar alguns sorrisos (dois ou 3 daqueles, quase riso), mas no geral (e principalmente no fim) é um bocado forçado e previsível…


Se fores fan de comédias românticas, vais gostar, e provavelmente ate vais achar um bom filme, com imensa piada. Se não fores fan de comédias românticas, vais achar uma perda de tempo, com 2 ou 3 momentos engraçados.


Enjoy (só se já souberes a partida que vais gostar, porque não é daqueles filmes que surpreendam)

David o golias

Paris, je t'aime


Ano: 2006
Realização: Olivier Assayas; Frédéric Auburtin; Gurinder Chadha; Sylvain Chomet; Ethan and Joel Coen; Isabel Coixet; Wes Craven; Alfonso Cuarón; Gérard Depardieu; Christopher Doyle; Richard LaGravenese; Vincenzo Natali; Alexander Payne; Bruno Podalydès; Walter Salles; Oliver Schmitz: Nobuhiro Suwa; Daniela Thomas; Tom Tykwer; Gus Van Sant


O filme conta a história de 18 historias de amor (as mais variadas formas de amor) todas passadas em Paris, cada uma numa zona diferente da cidade.


Um filme que não é um filme. É uma serie de 18 pequenas (pequeníssimas) historias, realizadas todas por diferentes realizadores (nomes de renome) e protagonizadas por um enorme rol de actores (alguns bastante conhecidos também).


Ora, o problema deste filme, que repito não é um filme, é a velocidade com que as diferentes historias se seguem, não dando quase tempo para pensar no que acabamos de ver, sendo portanto demasiada a informação de que temos que nos desprender no fim de cada segmento, não dando tempo para “saborear” o que acabamos de ver. Alem disso, como as historias não são encadeadas, o único fio condutor é a cidade (que diga-se, sempre belissimamente filmada), sendo portanto um filme que se pode ir vendo ao longo de alguns dias. Os segmentos são de estilo e qualidade diferente, uns melhores que os outros, mas todos bem conseguidos (de realçar o segmento protagonizado por Natalie Portman e Melchior Beslon e realizado por Tom Tykwer, para mim, de longe o melhor, e o segmento “dos mimos”, realizado por Sylvain Chomet, de longe o mais inesperado)



Enjoy (porque o amor é bonito, e paris também)

David o golias

17 de abril de 2009

Retrospectiva.... Star trek!!


Antes demais, este é o 1º "post" de muitos que espero vir a escrever. Quero agradecer a oportunidade (leia-se trabalho) que me deram, ao convidar-me para este blog tão catita e de apresentação aprimorada! "Good show gentlemen! Good Show!

Como o titulo dá a antever e como está ai o remake do Star Trek por parte de um senhor muito querido pelos fãs de Lost, nestas semanas que antecedem o lançamento do filme, vou sujeitar-me à visualização de todos os filmes da saga star trek lançados até agora e à consequente retrospectiva/crítica de cada um deles. Tentarei postar pelo menos um filme por semana, e podem contar com o 1º já para a próxima 6ª feira.
Deixo-vos com o trailer do 1º filme e até lá bons filmes, de preferência numa sala de cinema.

15 de abril de 2009

Twilight

Crepúsculo
Um filme de Catherine Hardwicke (2008)
Baseado no romance Twilight de Stephanie Meyer

Este filme nunca pode ser considerado um bom. É básico, previsível quanto ao decurso da história, tem deixas-que-valha-me-deus e tem muitas falhas. É um romance de adolescentes onde um deles tem mais de 100 anos, é vampiro e se apaixona dolorosamente por uma miuda recém-chegada à cidade.
Os vampiros "lavam" aqui a sua imagem - para o melhor e para o pior. São retratados de um modo muito mais ligeiro do que fomos habituados, mostrando-se completamente integrados na sociedade, andando na rua durante o dia mas com poderes físicos e psíquicos superiores. No entanto também perdem a parte sexy maligna que os cunha.
Os actores fazem lá o papel deles - ela é bastante apática e inexpressiva, mas nem fica mal aqui. Certos planos da cara dele são o que baste para lhe dar um ar vampiresco. Estas personagens sofrem de tensão sexual inconsumada durante o filme inteiro (aguçada pela vontade que ele tem de lhe chupar o sangue) mas é quando estão sozinhas que menos têm graça.
No entanto, tenho que confessar: chamem-lhe estrogénio ou emotividade feminina, a verdade é que percebi porque é que a mulherada do mundo anda doida com o filme. Ele deve tocar no ponto "g" do romantismo porque parece-me inevitável simpatizar com esta história.
Concluindo, para o género de "teen romance" é bastante agradável. A melhor cena é a do jogo de baseball, com uns efeitos especiais exagerados e os Muse a tocar, o que dá uma mistura muito interessante!

Aconselho às românticas que acham piada a um pouco de paranormal, ou seja, a 90% das mulheres...



Bella: Graduation caps?
Edward: Yeah private joke. We matriculate a lot.

Carla V.

13 de abril de 2009

Natural Born Killers

natural_born_killers_ver2 “Natural Born Killers” são os “Bonnie & Clyde” modernos. a realização de Oliver Stone surpreendeu pela positiva e o argumento de Quentin Tarantino aguçou a narrativa, o produto final é um filme violento, sem tabus e extremamente sádico.

Oliver Stone presenteia-nos no filme com uma realização extremamente dinâmica, ângulos pouco utilizados e autênticos brilharetes cinematográficos. A acção e o sadismo são uma constante de um filme que só por si é já movimentado. não sendo a obra prima de Oliver Stone, “Natural Born Killers” é um must para os olhos dos espectadores. Inserem-se vários estilos fotográficos e vários estilos de realização. A acção tanto de desenrola a cores como a preto e branco e por vezes passa ao já velhinho monochrome, relíquias velhas mas ainda não esquecidas por certos realizadores.

Os actores são conhecidos no panorama hollywoodesco, Woddy Harrelson tem aqui provavelmente o seu melhor trabalho até a data, psicótico e com requintes de humor negro encara um dos melhores serialkillers que passaram pelo grande ecrã. Juliet Lewis ficou com a personagem mais difícil do filme, constante durante todo o filme, deixou-se levar não poucas vezes pelo overacting cuja personagem bem exigia mas onde a credibilidade muitas vezes foi posta em causa, desempenho razoável das restantes personagens secundárias, de notar Tommy Lee Jones extremamente peculiar no desempenho de uma personagem que normalmente não é o seu tipo.

O argumento de David Veloz baseado numa história criada por um dos mais irreverentes realizadores da actualidade, Tarantino, é convincente, os diálogos fluidos estão incluídos e referências à cultura pop americana também marcam presença. Embora não seja dos melhores argumentos do realizador, o resultado satisfaz plenamente, a referência Bonnie & Clyde está mais que presente. o sadismo inerente ao realizador também. A realização disfarça elementos menos bons do argumento e o argumento disfarça a fraca realização de certos locais. O resultado é uma masterpiece de um realizador que nos deu bem melhor antigamente do que nos dá agora.

Vale o bilhete

Carrie

carrie Vi recentemente “Carrie”, um filme de Brian De Palma com Sissy Spacek no principal papel e também uma das primeiras adaptações das obras de terror de Stephen King para o cinema. “Carrie” pode ser definido como o filme de terror/suspense que originou até aos dias de hoje produções medíocres do cinema hollywoodesco. “Carrie” é o “the real deal” de tudo aquilo que agora é considerado cliché.

Brian de Palma, realiza um dos seus primeiros filmes de terror, saindo-se extremamente bem. história simples, filmada essencialmente em espaços fechados, oferece aos espectadores uma sensação de claustrofobia constante, principalmente nas filmagens em casa da adolescente. o filme está recheado de boa realização, adequando-se perfeitamente as situações criadas pelo argumento. as slashscenes, estão presentes, não fosse o filme de Brian de Palma e oferecem ao filme uma fluidez natural principalmente no baile de finalistas.

Sissy Spacek está fenomenal, desempenho estrondoso de uma actriz da qual conheço poucos filmes. A actriz mantém um brilhantismo constante durante toda a duração do filme, e é sem dúvida alguma a estrela a focar, o filme brinda-nos ainda com uma pequena aparição de John Travolta, demasiado pequena para ser caracterizada aqui, e destaque também, embora mais pequeno, para Piper Laurie a mãe de “Carrie”, numa excelente interpretação de uma católica conservadora com um diabo em casa.

O argumento de Lawrence D. Cowen bate nos pontos essenciais da obra de Stephen King. Um argumento recheado de terror e suspense que aproveitou os melhores momentos do livro, transpondo-os para a tela de uma maneira extremamente imaginativa.

Vale o bilhete.

Grease

grease_ver2 Baseado na peça da Broadway como o mesmo nome, “Grease” conta a história de dois jovens adolescentes que depois de se conhecerem em férias de verão e de terem vivido um “tórrido” romance, vêem-se de repente inseridos no mesmo secundário. Assumindo essencialmente o seu género como musical, “Grease” foi transposto para cinema com toques de comédia, não perdendo porem as músicas originais da peça de teatro que lhe deu o nome.

Randal Kleiser é o realizador, embora não se conheça muito da obra deste senhor, à parte de “Blue Lagoon”, outro filme da nossa infância ”Grease”, acaba por ser a obra-prima de um realizador que nunca nos disse muito. A filmagem é simples e requintada para um filme dos 70 e as coreografias embora não tão pormenorizadas e sincronizadas como agora se fazem (Moulin Rouge, Chicago, etc…) acabam por ser das mais engraçadas da história do cinema.

Quanto aos actores e actrizes, pouco há a dizer, John Travolta começava a insurgir-se nos meandros do cinema, tendo uma interpretação bastante razoável e Olivia Newton John preferiu sempre a musica à representação, sendo Grease um mero ponto de passagem para a cantora, destaque essencial para Stockard Channing no papel de Betty Rizzo com direito a uma música especial.

O argumento, não acrescenta, mas também não retira e acaba por se manter fiel ao original. músicas rítmicas e letradas com toques de sarcasmo (Sandra Dee, e Beauty school dropout), romantismo (Tell me more, Hopeless devoted to you) e até algumas com um certo cariz sexual (Grease ligthning).

“Grease” era a “morangada” dos 50, mas independentemente de tudo bem melhor que a nossa. é um musical que deve ser visto nem que seja para recordar.

Vale meio bilhete

12 de abril de 2009

Boy A

Um filme de John Crowley (2007)

Temos aqui a história da nova vida de um jovem adulto que foi libertado da cadeia onde esteve preso desde a infância. É o retrato magnífico de um drama humano onde poucos poderão dizer "been there, done that", onde ninguém se identifica e onde ninguém quer ser a pergonagem principal.
Apesar de a maior parte do elenco ser desconhecido, há dois actores a destacar: um deles é Andrew Garfield que nasceu para o papel de boy A, o outro é Peter Mullan que apesar de não ser uma presença constante no ecrã cria uma empatia transparente com Garfield.
A realização tem pormenores belíssimos e o filme tem um ritmo crescente - custa a arrancar e a agarrar mas a certa altura a acção acelera, o passado revela-se em flashbacks, a intensidade aumenta e tudo culmina num final marcante.

A ver num dia introspectivo.


Carla V.

5 de abril de 2009

Religulous

Um filme de Larry Charles (2008)


Este filme é um documentário sobre a religião, conduzido pelo comediante Bill Maher.

O método de evolução do filme é muito simples: ele apresenta os grandes dogmas da Igreja aos seus fiéis ou representantes e, através de argumentos bastante simples ou de meras perguntas baseadas na lógica, ridiculariza e põe em causa pensamentos milenares. No entanto, a fé tornou-se certeza e nada demove as pessoas do seu caminho para a salvação religiosa - é esta devoção desprovida de lógica que aqui tão bem se explora que oferece momentos de enorme diversão.

Embora a principal visada seja a igreja católica, também ataca as "pontas soltas" de outras religiões.


Bill Maher: Gay Muslim activists. That is a very rare job description. You guys have big ones.

Carla V.

3 de abril de 2009

Los Cronocrímenes [Crimes Temporais]


Ano: 2007
Realização: Nacho Vigalondo
Prémios:
- Black Tulip Award, Amsterdam Fantastic Film Festival (2008)
- Next Wave Award, Austin Fantastic Fest (2008)
- Best New Artist, Cinema Writers Circle Awards (2008)



O filme conta a história de um homem que se vê envolto numa estranha situação de viagens no tempo, crimes, e relações causa-efeito.


Mais uma vez o cinema espanhol a dar cartas. Neste caso, é um filme com um orçamento minúsculo, com um elenco reduzido (onde, diga, não há fartura de talento), mas com uma premissa óptima (perfeitamente concretizada) e com uma excelente realização (parece a rampa de lançamento para mais um grande realizador). Inicialmente pode-se tornar confuso, mas essa confusão, quando no decorrer do filme se dissipa, dá lugar a uma fantástica conclusão.

Não há muito mais a dizer sobre o filme. É simples, bom, e simplesmente bom.



Enjoy (com toda a certeza)

David o golias

The Wackness [À Deriva]


Ano: 2008
Realização: Jonathan Levine
Prémios:
- Audience Award, Sundance Film Festival (2008)


O filme conta a historia de um jovem Nova Iorquino, que no verão antes de ir para a faculdade se vê “sozinho” na cidade, apenas com o seu emprego, os seus problemas familiares, uma colega de liceu, e o padrasto desta (um psicólogo com quem desenvolve uma estranha relação)
Um filme porreirinho, não um óptimo, não um soberbo, mas claramente um bom filme, com uma historia já vista (talvez a historia seja aqui o aspecto menos trabalhado), bons desempenhos (não compreendo como é que Ben Kingsley foi nomeado para um Razzie), bom ritmo e uma boa realização(com dois ou três óptimos pormenores).


Para mais, o filme passa-se em 94, o que nos permite “matar saudades” de alguns objectos e algumas referências culturais (tanto musicais, como cinematográficas) que já a uns tempos não ouvíamos falar.


Um filme que não fica na memória, mas que n é perca de tempo… Daqueles para ver num domingo a tarde, com solzinho…



Enjoy (provavelmente)

David o golias