27 de março de 2009

Sauna

Sauna_Poster_Twitch Sauna é um filme de terror realizado por Antti-Jussi Annila, um filme finlandês e russo que explora os pecados pós guerra de soldados debilitados emocionalmente e que ainda têm como trabalho final percorrer uma linha imaginária entre a Finlândia e a Rússia de modo a poderem traçar de vez as linhas fronteiriças entre os dois países.

Antti-Jussi “saca um brilharete” com a sua segunda longa metragem, Sauna é todo ele pleno de boa realização, a focagem de cenários e a maneira como as próprias personagens são filmadas são um must de um filme que é bom mas poderia ser bem melhor. Sauna não origina uma nova era para os filmes de terror mas dá paços largos nesse sentido. a existência de alguns “sustos fáceis”, diminuem francamente a qualidade do argumento. Destaque especial para uma fotografia estonteante e a montagem do filme, bem como outros aspectos que vão desde o guarda-roupa ao som, tudo foi feito ao detalhe, tudo se encaixa perfeitamente.

Outro destaque, novamente pela positiva foi o casting. Sauna está dotado de grandes actores que mal consigo pronunciar o nome ou que já alguma vez vi no grande ecrã mas que teem ja uma extensa lista de filmes no seu curriculo, principalmente os centrais Ville Virtanen e Tommi Eronen na pele de Eerik e Knut Spore. O desempenho foi excelente e poucas vezes vi a credibilidade a subir tão alto em filmes de terror.

Quanto ao argumento, tenho a dizer que já vi algo parecido, mas de certeza com menos requinte que este. Mesmo assim o argumento embora requintado e até com algumas surpresas é para mim o ponto menos bom de todo o filme, A duração inferior a 90 minutos não lhe retira um certo tédio que lhe está inerente.

Vale o bilhete

25 de março de 2009

Killshot

killshot Embora baseado na obra de Elmore Leornard, responsável pelo magnifico “Jackie Brown” de Tarantino, “Killshot” cheirou a desilusão e a verdade é que a mais recente obra de John Madden (responsável por Shakespeare in love) caiu nos velhos “cliches” de filmes de hitmans profissionais.

Mickey Rourke está extremamente falível como Armand Degas, assassino profissional da máfia com um passado pesado devido a morte do irmão e de sangue índio. a personagem foi não foi mal interpretada mas a credibilidade deixou a desejar principalmente num filme que conta tanto com grandes estrelas como flops hollywoodescos. Joseph Gordon Levitt volta depois de “Brick” a não estar a altura deste género de cinema, embora tenha tido a personagem mais difícil de interpretar, a falha foi grande nas situações mais exigentes. Rosario Dawson, quase figurante no filme não teve espaço para brilhar. Destaque para Diane Lane e Thomas Jane (melhores interpretações do filme), um casal com problemas conjugais ao abrigo de protecção de testemunhas do FBI, que a um certo ponto parece que estamos perante um drama familiar e não um filme de acção.

A realização a cargo de John Madden não oferece grandes surpresas, a fluidez é sempre necessária num filme de género de Acção/Drama e as falhas acabaram por se notar, principalmente a meio do filme onde este se torna extremamente entediante com variadas cenas “só para encher cachimbo”.

O argumento de Hossein Amini não favorece a obra de Elmore Leonard. numa altura em que os filmes sobre “Hitmans” profissionais andam na moda, “Killshot” acaba por ser mais um entre outros. Género que começou para mim com o espectacular “Leon” de Luc Besson, este tipo particular de “profissão” tem os dias contados no cinema. A história repete-se e elementos novos dificilmente virão.

Não vale o bilhete

17 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Ano: 2008

Realizador: Woody Allen

Argumento: Woody Allen

"Empty sex? Do you have such a low opinion of yourself."

Woody Allen realiza o quarto filme consecutivo no Velho Continente, no entanto em nenhum dos anteriores o meio envolvente teve um papel tão preponderante. Vicky Cristina Barcelona é um autêntico postal de Barcelona!

Vicky Cristina Barcelona conta a história de um quarteto constítuido por um artista catalão Juan Antonio Gonzalo (Javier Bardem em bom plano), duas turistas americanas com personalidade bem distintas Vicky e Cristina (Rebecca Hall e Scarlett Johansson, respectivamente) e a desvairada ex-mulher Maria Elena (uma Penélope Cruz soberba...).

O argumento é excelente, desenvolvendo as relações complexas entre o quarteto. O elenco é excepcional, assim como o ambiente de Barcelona e Oviedo. Woody Allen na sua "fase Europa" realiza outro filme brilhante, onde apenas Scoop foi uma desilusão.

Um filme romântico, com uma ponta de pessimismo. Recomenda-se!

15 de março de 2009

Serpico

serpico Vi recentemente Serpico, o filme policial de Dino di Laurentis que levou Al Pacino à ribalta.

Serpico conta a história de um policia honesto, de valores elevados que depois de ter acabado a academia, é envolvido numa teia de corrupção na sua própria esquadra, depressa se apercebe que a corrupção está a todos os níveis e que está sozinho na luta contra a sua própria profissão.

Al Pacino é “old school” e tudo o que é “old school” é bom, a interpretação do actor é extremamente sólida em todos os momentos do filme (tanto na esquadra como na sua vida pessoal), e as diversas personalidades que o actor assume durante o mesmo roçam a excelência e as discussões dentro da esquadra… e dentro de casa são das mais realistas e mais bem interpretadas que vi ultimamente.

A realização a cargo de Sidney Lumet é simples e concentra-se essencialmente no modo como dirige as cenas das perseguições, utilizando ângulos fixos e planos largos aproveita os cenários ao máximo bem como certos “sprints” feitos por Al Pacino que pessoalmente adorei.

O argumento de Waldo Salt baseado no livro de Peter Maas, nos dias de hoje deixou de ser original, a corrupção na policia como tema central foi já alvo de vários filmes como “Pride and Glory”, “American Gangster” e “Copland”, no entanto e tendo em conta o ano em Serpico foi produzido acredito que muitos policiais que vimos passar no grande ecrã vieram buscar a sua essência a Serpico ,não desenvolvendo muito depois deste filme.

Conclusão: o filme de Dino de Laurentis vale muito em todos os aspectos, interpretações, realização, montagem, cinematografia, produção, etc. e não nos deixa um vazio depois de o vermos, é um policial excelente, obrigatório para os amantes do género, focalizado essencialmente na luta de um homem pela justiça dentro da sua própria profissão e tudo aquilo que tem de abdicar para poder vencer.

Vale o bilhete por inteiro

“That gun takes a 14 shot clip. You expecting an army? No. Just a divison.”

12 de março de 2009

Maradona by Kusturica [Maradona]


Ano: 2008
Realização: Emir Kusturica

Um documentário no qual se percorre toda a vida de Maradona, e no qual ele se apresenta como homem, pai, marido e jogador de futebol.


Grande surpresa este documentário. Não tanto pela realização, que já se esperava que fosse boa (e é-o, com um ritmo perfeito, com uma montagem óptima), mas pela figura que é Diego Maradona. Descobre-se que por tras das faixas de “melhor do mundo” e de “drogado”, há um homem com uma grande preocupação social, com um pensamento político bem formulado e com uma oratória surpreendentemente clara e forte. Fala-se de tudo sem pudor ou sem reservas, desde a infância de extrema pobreza, a famigerada “mão de deus” ao flagelo da droga. É assim a desconstrução de um ícone, uma visão mais pessoal de um homem que ascendeu a condição de deus, e como diz kusturica, “só aos deuses tudo é perdoado”.


De realçar a cena em Nápoles, em que a multidão faz abanar um hotel, ou o brilho nos olhar quando Maradona fala da infância, ou quando diz, sem sequer haver a possibilidade de poder pensar que esta a ser presunçoso, que: “quando o jogo acabava eu era como todos vocês… agora, quando passava a linha de cal… aí… aí mandava eu!”.


A ver, quer gostes de futebol quer não gostes, quer sejas de esquerda, quer não sejas, quer gostes de documentários quer não gostes. Vale a pena compreender um homem que marcou o mundo.



Enjoy (Garantidamente. É muito, mas muito, mas muito bom.)

David o golias

Son of Rambow [Filho de Rambow - Um Novo Herói]


Ano: 2007
Realização: Garth Jennings



O filme conta a história de um rapaz pré-adolescente que nunca tinha visto televisão. Ate que um dia vê um filme do Rambo…


Aqui esta uma hora e meia bem passada. Daqueles filmes de domingo a tarde, para toda a família, que entretém, comove e faz sorrir sem nunca ter pretensão para mais. E é aqui que o filme tem o seu ponto alto, no total despretensiosísmo com que se apresenta, tanto a nível dos actores (novinhos, mas que dão perfeitamente conta do recado), como da historia, como da realização (simples, mas com 2 ou 3 brindes pelo meio), como até da moral e dos valores que nos “impinge” no fim.


Daqueles filmes que demonstram não serem precisos milhões para contar uma boa historia de uma maneira original.



Enjoy (para renascer a criança que há em ti)

David o golias

Brick


Ano: 2005
Realização: Rian Johnson
Prémios:
- Special Jury Prize, Sundance Film Festival (2005)

O filme conta a história de um adolescente que se vê envolvido numa teia de crime, intriga e tráfico de droga, procurando sobreviver e desvendar um mistério.

Nunca o Sundance me tinha dado uma desilusão tão grande. Não consigo entender o que é que este filme tem que não seja péssimo. Uma historia de detectives num universo de liceu, onde cada personagem não podia ser mais estereotipada (ridiculamente estereotipada), onde cada desempenho de cada actor não podia ser pior (ando a ganhar um ódio de estimação a Joseph Gordon-Levitt) e onde o fim não podia ser mais previsível, batido e visto.


Resumindo e concluindo MAU CINEMA EM TODO O SEU ESPLENDOR



Enjoy (nunca… nunca… nunca…)

David o golias

11 de março de 2009

The Tracey Fragments - Os Fragmentos de Tracey


Ano: 2007


Realização: Bruce McDonald


Argumento: Maureen Medved


Já há algum tempo que tinha curiosidade em ver este filme. Primeiro, por contar com a participação de Ellen Page, actriz que, apesar de ainda ser bastante jovem, tornou-se uma das minha preferidas, graças ao seu desempenho em filmes como “Hard Candy” ou “Juno”. E também por o filme contar com uma banda-sonora da autoria da banda Broken Social Scene.


Ironicamente, nenhum destes dois elementos me surpreendeu muito (nem pela positiva nem pela negativa) e o que acabou por sobressair mais no filme foi a realização.

Devo começar por explicar a sinopse, que é bastante invulgar (e sou generoso ao usar esta palavra): o filme segue a história de Tracey uma adolescente de quinze que vagueia pela cidade na esperança de encontrar o seu irmão mais novo Sonny, que pensa que era um cão e encontra-se perdido. Nisto, testemunhamos a história passada e presente de Tracey, assim como os seus desejos e ilusões que ela vai confundindo com a realidade dolorosa que atravessa.

O argumento, a cargo de Maureen Madved (escritora do livro em que o filme se baseia), é essencialmente uma “pastiche” de vários momentos ou ideias, sem ordem lógica, que se seguem sucessivamente, na esperança de que, no final, quem vê o filme seja recompensado (ainda não li o livro, mas suspeito que siga uma linha narrativa semelhante na sua irregularidade). O realizador decide pegar neste retalho de momentos e filma-o…bem, como um retalho de imagens.

O mais surpreendente deste filme foi o passo arriscado que o realizador tomou ao deitar todas as regras convencionais pela janela fora. Apesar disso, Bruce McDonald consegue dar uma certa (mas não muita) solidez ao argumento, obrigando o espectador a prestar constante atenção ao mosaico de imagens (passadas e presentes, reais ou imaginárias) que constantemente se vai renovando com o avançar da história. Isto leva a visual único, que provavelmente não apelará a muitos (ou mesmo a todos), mas não deixa de ser um excelente (por vezes, brilhante) exercício de experimentalismo cinematográfico.

Quanto a Page, ela já conseguiu fazer melhor, mas há pequenos momentos que demonstram o seu talento como actriz. O mesmo se pode dizer da banda sonora, infelizmente muito minimalista, que raramente cativa ou envolve o espectador (destaque-se, porém, que o filme também conta com canções de artistas como Peaches, Foals e TheFemBots, entre outros).

Corre agora muito a ideia do cinema independente e a questão de como se classifica um filme independente... Este é, na minha opinião, o filme mais independente que já vi. De facto, tem todos os elementos para tal: um director estreante que toma riscos que o alienem do público, um elenco composto maioritariamente por desconhecidos (excluindo Page obviamente), música indie em demasia e um argumento carregado de características extrovertidas e inconsistentes.

“The Tracey Fragments” está longe de ser um grande filme (alguns poderão mesmo achá-lo péssimo), mas ganha pontos por ser único e visualmente marcante.

Choke - Asfixia


Ano: 2008

Realização: Clark Greggs

Argumento: Clark Greggs

Quando saiu o filme “Fight Club”, o escritor Chuck Palahniuk foi atirado para a ribalta por ter escrito a base do que se tornou um dos filmes mais emblemáticos da década de 90. Porém, por todos os seus livros (apesar de demonstrarem originalidade, sobretudo no campo da sátira) seguirem uma trilha narrativa semelhante, temia-se que qualquer outra adaptação seria uma cópia pobre do filme de David Fincher.

“Choke” é exemplo perfeito disso.

Adaptação do livro homónimo de Palahniuk, o filme gira em torno de Victor, um viciado em sexo que, para poder pagar os cuidados médicos da mãe, cria um esquema de ganhar dinheiro ao simular engasgar-se em restaurantes e extorquir moralmente os “bons samaritanos” que o salvam.

O filme não é tão visualmente dinâmico ou marcante como “Fight Club”. Feita então esta comparação, admito: é um bom filme, que se vê bastante bem, com algumas personagens e cenários memoráveis.

É de se admirar o trabalho de Clark Greggs pela coragem que assumiu ao adaptar o livro de Palaniuk. Sempre o tomei como um actor mediano de sitcoms e surpreendeu-me muito o argumento e realização (assim como o seu papel secundário). Porém, é de se notar que Greggs tentou aproximar-se demasiado do trabalho de Fincher (em mais do que uma ocasião, notam-se pequenas piscadelas de olho ao “Fight Club”) e isso prejudica um pouco o filme, pois priva-o por vezes de uma identidade própria.

O maior destaque de “Choke” é sem dúvida Sam Rockwell, um actor subvalorizado de grande qualidade que carrega o filme às costas como o protagonista provocatório e cativante. Rockwell aproveita o melhor do argumento e atenua o pior, poucos são os actores que conseguem fazer isso. Do restante elenco, destaco Angelica Huston (em boa forma, mas já esteve bastante melhor) e Greggs (que funciona sobretudo como figura antagonista da personagem de Rockwell).

O filme é, essencialmente, uma comédia negra (que às vezes, arrisca-se a fugir para o ridículo) com bastantes surpresas e diálogos rápidos e divertidos. Há personagens e situações muito bem construídas (o emprego de Victor, a stripper Cherry) assim como outras que eram desnecessárias e que magoam um pouco o filme (os flashbacks em geral, havendo uma ou outra excepção).

Não é um filme que vá mudar o mundo a alguém, mas possui qualidade suficiente para proporcionar um bom serão.

9 de março de 2009

Friday the 13th

Um filme de Marcus Nispel (2009)


Este filme é muito mau.
Não tem mesmo nada que se aproveite.
A história é a do filme de terror rasco do costume: adolescentes que vão para uma casa na floresta e acabam por morrer um a um, onde a única coisa que vai mudando é se morrem com machadadas e depois com espetos no peito ou vice-versa.. No entanto, se antigamente estes grupos de jovens iam parar à floresta porque o carro avariava ou porque queriam fazer piqueniques, aqui há uma vincada componente sexual.
Tem uma má realização e má montagem.
É uma nulidade do género mas que em última análise ainda serve para dar uns saltos na cadeira.

Não aconselho a ninguém...


Pamela Voorhees: Did you know a young boy drowned here? He was my son. And today, is his birthday.