11 de março de 2009

Choke - Asfixia


Ano: 2008

Realização: Clark Greggs

Argumento: Clark Greggs

Quando saiu o filme “Fight Club”, o escritor Chuck Palahniuk foi atirado para a ribalta por ter escrito a base do que se tornou um dos filmes mais emblemáticos da década de 90. Porém, por todos os seus livros (apesar de demonstrarem originalidade, sobretudo no campo da sátira) seguirem uma trilha narrativa semelhante, temia-se que qualquer outra adaptação seria uma cópia pobre do filme de David Fincher.

“Choke” é exemplo perfeito disso.

Adaptação do livro homónimo de Palahniuk, o filme gira em torno de Victor, um viciado em sexo que, para poder pagar os cuidados médicos da mãe, cria um esquema de ganhar dinheiro ao simular engasgar-se em restaurantes e extorquir moralmente os “bons samaritanos” que o salvam.

O filme não é tão visualmente dinâmico ou marcante como “Fight Club”. Feita então esta comparação, admito: é um bom filme, que se vê bastante bem, com algumas personagens e cenários memoráveis.

É de se admirar o trabalho de Clark Greggs pela coragem que assumiu ao adaptar o livro de Palaniuk. Sempre o tomei como um actor mediano de sitcoms e surpreendeu-me muito o argumento e realização (assim como o seu papel secundário). Porém, é de se notar que Greggs tentou aproximar-se demasiado do trabalho de Fincher (em mais do que uma ocasião, notam-se pequenas piscadelas de olho ao “Fight Club”) e isso prejudica um pouco o filme, pois priva-o por vezes de uma identidade própria.

O maior destaque de “Choke” é sem dúvida Sam Rockwell, um actor subvalorizado de grande qualidade que carrega o filme às costas como o protagonista provocatório e cativante. Rockwell aproveita o melhor do argumento e atenua o pior, poucos são os actores que conseguem fazer isso. Do restante elenco, destaco Angelica Huston (em boa forma, mas já esteve bastante melhor) e Greggs (que funciona sobretudo como figura antagonista da personagem de Rockwell).

O filme é, essencialmente, uma comédia negra (que às vezes, arrisca-se a fugir para o ridículo) com bastantes surpresas e diálogos rápidos e divertidos. Há personagens e situações muito bem construídas (o emprego de Victor, a stripper Cherry) assim como outras que eram desnecessárias e que magoam um pouco o filme (os flashbacks em geral, havendo uma ou outra excepção).

Não é um filme que vá mudar o mundo a alguém, mas possui qualidade suficiente para proporcionar um bom serão.

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